Dia 15 de outubro – Data de festejar o potencial transformador da educação
15 de outubro de 2025 - 16:42 #CEE #educação #Professores #transformação
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Vamos imaginar juntos como seria a educação sem a presença humana de professor ou professora? Joguem no Google essa questão. As respostas hão de referir as plataformas digitais online e seus conteúdos para lá de estimulantes, animados por recursos multimídias e muita interatividade.
Tudo potencializado pelo suporte da Inteligência Artificial (IA), uma poderosa ferramenta capaz de avaliar o desempenho e comunicá-lo ao aluno (autodidata, óbvio!), a fim de orientar seu aprendizado, identificar acertos e erros e motivá-lo a melhorar. Uma comunicação bem específica, construtiva, equilibrando elogios com sugestões práticas para que o aprendiz desenvolva suas habilidades e alcance seus objetivos educacionais.
Por ser a educação sem a presença humana de professor ou professora uma tarefa autodidata, o planejamento de aprendizagem, no contexto da IA e afins, seria adaptado a diferentes métodos e ritmos individuais, sem a necessidade de uma orientação externa, para além das possibilidades arranjadas pelos algoritmos da poderosa tecnologia digital. Tudo isso, lembrem, sem as idiossincrasias inerentes a um professor humano.
Eu falei idiossincrasia? Essa característica humana que, segundo o Dicionário Houaiss, é uma predisposição particular do organismo que faz um indivíduo reagir de maneira pessoal à influência de agentes externos; é uma característica comportamental peculiar a um grupo ou a uma pessoa. Sim, falei! E o fiz para destacar que a expressão “sem idiossincrasia” significa sem humanidade. E sem humanidade, a educação limita-se à dimensão cognitiva, portanto negligencia aspectos vitais da formação humana e social, como o desenvolvimento de atitudes, a ética e a colaboração.
Sem a humanidade – do professor ou da professora – para distinguir a idiossincrasia de cada aluno e aluna, não há ser capaz de ser o motivador e mediador, segundo as necessidades de cada aprendiz. Sem essas idiossincrasias (docente e discente), a desmotivação imperaria e o abandono dos estudos lograria êxito. Uma tragédia educacional.
Daí, fica até fácil concluir que, por mais avançadas as tecnologias digitais, por mais aprimorada seja a IA, nada substitui o cuidado, o compromisso humano com a formação humana. É imprescindível a presença do professor no contexto da vida escolar, pois, além do conhecimento técnico, é responsável por formar cidadãos com valores éticos e respeito, é quem estimula o aprendizado contínuo, a curiosidade, a persistência e a paixão pelo saber, competências essenciais para a vida pessoal e profissional.
Quero ressaltar, entretanto, que as tecnologias digitais e a IA são, também, conquistas da humanidade. Se a educação é vista como uma ferramenta de transformação, e o professor é um agente fundamental nesse processo de mudança, que trabalha por uma sociedade mais justa e desenvolvida, ele tem de ser capacitado para lidar, de forma proficiente, com esse saber tecnológico e colocá-lo a favor da relação ensino-aprendizagem. Que máximo, que instigante e maravilhoso esse domínio humano sobre a tecnologia pode legar à educação.
Em recente palestra (Formação de professores) na Escola de Gestão Pública do Estado do Ceará (EGPCE), promovida pelo Conselho Estadual de Educação do Ceará (CEE), o professor Haroldo Corrêa Rocha, coordenador-geral do Movimento Profissão Docente afirmou: “A qualidade da aprendizagem combina com professores qualificados. O Brasil precisa cuidar melhor dos seus professores”. Destacou, ainda, que: “Não se forma professores atrás de telas. É preciso aliar teoria e prática. Professor aprende com outro professor e com os alunos. Teoria não é suficiente para ser professor”. Faz-se necessária, também, a valorização profissional, que envolve, segundo Rocha, “remuneração atrativa para o docente, com carga horária que viabilize o tempo coletivo de planejamento e formação, dedicação do professor a uma única escola e progressão salarial alinhada ao desenvolvimento profissional”. Estes pré-requisitos: professores qualificados, formação continuada, salário digno e carga horária com tempo para planejamento e estudo são fundamentais para o desenvolvimento educacional. Que assim seja!
Autoria: Professor Kelsen Bravos, integrante da equipe de servidores / colaboradores do CEE