Um minuto de empatia

14 de julho de 2025 - 08:42 # # # #

Fernando Brito - Assessoria de Comunicação - (85) 3125.8974 / 9.9910.3443
ascom@cee.ce.gov.br / fernando.brito@cee.ce.gov.br

Empatia é palavra que anda escassa e faz falta no cotidiano de nossas relações pessoais, profissionais e políticas. De origem grega, vem de “empatheia”, termo formado pela junção de “en” (em, dentro) e “pathos” (sentimento, sofrimento, emoção ou paixão).

Refere-se, portanto, à capacidade de nos colocarmos no lugar do outro e, de tal maneira, sermos capazes de compreender suas emoções, motivações e percepções. Embora o conceito tenha evoluído ao longo do tempo, a essência de seu significado permanece.

Num mundo marcado pela competição, a família, a escola e outras instituições formativas da sociedade pouco abraçam a empatia como um valor universal. Por isso mesmo, é necessário falar sobre sua importância no âmbito das relações individuais e coletivas.

Como compreender as necessidades deste outro, que nos é estranho e parece indecifrável, se não vislumbrarmos nele a disposição para sentimentos semelhantes aos nossos?

É incomensurável o sofrimento que circula no mundo. Seres depauperados, atingidos por intempéries climáticas, guerras, abatidos pela fome e desabrigo. O próximo distante que perdeu um filho. O amigo que não encontra inserção profissional. O trabalhador
anônimo que varre as ruas sob o sol inclemente. O desconhecido que somos incapazes de desvelar.

Que empatia exercitamos junto a eles? Somos capazes de compreender sua dor e estender-lhes a mão? Ou nos refugiamos em nossa indiferença?

A política, em tempos de radicalização, onde vencer é um atributo central, não é terreno fértil ao germe das sementes da empatia. Já imaginaram se os grandes senhores da guerra e do caos exercessem um minuto de empatia por dia? Se saíssem
de si para enxergar o outro lado? Gaza não seria uma faixa de sofrimento, fome e morte. O mundo está repleto de outros exemplos semelhantes ignorados. Aqui e alhures.

Em tempos de dissenso, intolerância e disrupção, a empatia, esse atributo raro em nossos dias, é uma chave para o resgate da essência de nossa humanidade. Escutar o outro. Percebê-lo. Ser capaz de compreendê-lo. Aceitá-lo. Este o desafio.

Autora: Profa. Sofia Lerche, conselheira honorária do CEE