Dia Internacional da Mulher – Apogeu da Primavera

7 de março de 2025 - 14:22 # # # #

Fernando Brito - Assessoria de Comunicação - (85) 3101.2005 / 9.9910.3443
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Razões me sobram para festejar o chamado Dia da Mulher. Avós, mãe, tias, primas, amigas-irmãs, companheira e filha, elas (ancestrais e contemporâneas) estão em mim em substância, afeto, memória e compromisso essencial de viver ― compõem com prioridade a minha razão de ser. Uma lista substancial que só cresce em qualidade, desde quando me joguei no mundo das relações sociais mais amplas. Para além da família, encontrei nos universos escolar, universitário e profissional (que foram se transformando quase em um só) mulheres a quem me somo na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.

Tenho a felicidade de trabalhar na Educação, berço de geração, transformação e evolução do éthos. Por ser dinâmica e estar em constante mudança, a educação exige sensibilidade, paciência, ponderação, disciplina, amor, sabedoria, fortaleza e justiça. Não de forma cativa, mas predominante, tais pré-requisitos são, todos eles, fortes características da essência feminina, conforme tenho constatado (e aprendido) ao longo do tempo de convivência com mulheres no trabalho e na vida.

Hoje, estou numa instituição cuja missão é ser a guardiã da Educação do estado do Ceará. Ela é liderada por mulheres, e a excelência de seu trabalho me fortalece a bandeira feminista por mais representação em cargos decisivos, seja na esfera pública ou não. Todos só temos a ganhar com isso.

Precisamos estar mais atentos às pautas feministas. Suas bandeiras de luta têm meu apoio. Lutemos todos pela igualdade salarial entre homens e mulheres, pela participação política igualitária das mulheres, por suas garantias decisórias quanto aos direitos reprodutivos. Vamos unir forças no combate à violência contra as mulheres, contra a homofobia e contra a transfobia, contra o racismo. Lutemos pelos direitos das mulheres negras e indígenas. Precisamos promover uma cultura de paz, a começar pela garantia do direito de a mulher poder ser o que ela quiser em qualquer lugar que esteja.

O meu lugar de fala é masculino, antimachista, portanto, antipatriarcal. Identifico-me com Gilberto Gil quando, em sua sabedoria, compôs a canção “Super-homem” na qual roga para que o homem reconheça em si as qualidades femininas ancestrais e relacionais de sua existência, e as integre à sua força essencial, e ― quem sabe assim ― possa ajudar na construção de uma sociedade melhor. Nos versos da canção, “Quem dera pudesse todo o homem compreender, ó mãe, que dera / ser o verão o apogeu da primavera / e só por ela ser”, Gil nos faz refletir sobre a relação entre verão e primavera, como respectivos arquétipos masculino e feminino. Ser só o verão intenso e inclemente, isso leva a aridez mórbida. Capaz de matar até a sensibilidade, paciência, ponderação, disciplina, sabedoria, fortaleza, justiça e o amor da primavera.

Masculino e feminino, tomemos, portanto, consciência de que a primavera é um constante berço de geração, transformação e evolução do éthos, e o verão é só uma estação, uma solar estação, bem quente e com dias longos. É uma intensa emoção que excita a primavera — sua razão de ser — para que a natureza floresça e se reproduza em harmonia. Que o exemplo da primavera e do verão nos estimule a gestar na sociedade uma Cultura de Paz. Juntos, feminino e masculino, somos mais fortes e estaremos sempre aqui.

Autor: Prof. Kelsen Bravos