Aluna do Amapá leva projeto de pesquisa a encontro em Portugal

25 de setembro de 2014 - 17:14

O fato de o Brasil ser um grande produtor de soja e a diversidade frutífera que existe na Amazônia levaram a professora Gilvanete Ferreira, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (Ifap), e a aluna Karita dos Santos, estudante do curso de alimentos, a desenvolver receitas de sorvetes a partir de polpas de cupuaçu e açaí, com base de extrato de soja em substituição ao leite bovino.

Os resultados obtidos no experimento foram descritos no artigo Sorvetes regionais: fonte de fibras, alimento funcional e teste de aceitabilidade e preferência mercadológica no Amapá, Brasil, selecionado para apresentação no 12º Encontro de Química dos Alimentos, realizado este mês na Universidade de Lisboa, em Portugal, com a participação da estudante.

A professora Gilvanete explica que a ampliação do mercado de alimentos à base de soja fez surgir a ideia da pesquisa. Ela lembra que produtos como sucos de frutas, sorvetes e iogurtes inserem-se cada vez mais nos hábitos alimentares dos consumidores.

“A Amazônia tem uma variedade de fruteiras consideradas potenciais, e dentre elas se destacam o açaí e o cupuaçu, pelo elevado valor nutritivo. Então, resolvemos desenvolver a receita de sorvete com a mistura dessas frutas à base de extrato de soja”, justifica a professora. “Apesar disso, o Brasil, segundo maior produtor mundial de soja, usa apenas 3% do total da produção para alimentação.”

Gilvanete observa, ainda, que a soja é uma matéria-prima alternativa ao leite de vaca, em formulações de alimentos para pessoas com intolerância à lactose.

De acordo com Karita, que cursa o terceiro ano do curso técnico integrado de alimentos no instituto, a experiência foi uma oportunidade única. “Lá, pude conhecer pesquisas realizadas em várias partes do mundo relacionadas a minha área de interesse, a dos alimentos funcionais, isso sem falar da experiência que é viajar sozinha para outro país”, afirma Karita. “A vantagem desse produto é que pode ser feito em casa, e também serve para as pessoas que têm intolerância à lactose. Também poderia ser servido como merenda escolar.” A estudante, de 18 anos, voltou na semana passada a Macapá.

 

Fonte: MEC