Uma rotina de 40 anos, nenhuma vontade de abandonar o ofício

16 de outubro de 2018 - 10:14

A sala de aula é rotina há 46 anos na vida do professor e doutor Lucivânio Jatobá. O magistério começou a fazer parte do dia a dia do docente em 1971, quando o então estudante de geografia dava aulas de matemática para os alunos do antigo primeiro grau, atualmente chamado de ensino fundamental. A ciência exata foi lecionada apenas por um ano, logo em seguida ele começou a repassar para os alunos os conhecimentos de geografia que adquiria nos bancos da Universidade Federal de Pernambuco. Em 1977, Lucivânio passou a lecionar na instituição que o formou, e desde então não abandonou mais a carreira de professor, que é homenageada a cada 15 de outubro e considerada uma das mais importantes profissões do mundo.

“O que mais me atrai na sala de aula é me sentir útil para o meu país. É poder desenvolver nos jovens e nas novas gerações uma consciência científica de mundo”, afirma o professor, que já poderia ter se aposentado, mas como ele próprio diz, o medo do day after não o deixa abandonar os quadros. “Parar de repente pode dar uma provável sensação de inutilidade para o meu país e para os meus alunos”, ressalta Lucivânio.

Mesmo após ter começado a lecionar na UFPE, Lucivânio, por 10 anos, acumulou junto com as aulas para universitários a docência no ensino médio. Ele diz que esse tempo todo de convívio com os alunos foi o grande responsável pela sua formação. “A minha grande universidade não foi a universidade, e sim as salas de aula. Foi nelas que aprendi a ser um docente”, frisa o doutor, que possui bacharelado e mestrado em geografia e doutorado em meio ambiente e desenvolvimento, todos pela UFPE.

Lucivânio diz que ver o sucesso dos alunos é uma das recompensas que os anos de sala de aula proporcionam. De acordo com ele, muitos alunos agora ocupam cargos importantes ou são professores de destaque na UFPE, e que já escutou de ex-alunos a seguinte frase: “fui fazer geografia graças às suas aulas”. Ele também comenta que o enche de orgulho ver que os ensinamentos passados devem estar sendo utilizados na vida profissional de quem já está no mercado de trabalho. “O que dei e o que expliquei deve estar sendo aplicado por um ex-aluno e atual secretário de governo”, comemora.

O professor diz que também faz pesquisas, mas o que mais gosta mesmo é de lecionar. Além disso, ele também já publicou nove livros, sendo a maioria didáticos, que são a sua preferência quando se trata de publicações. “O livro didático atinge uma massa maior de pessoas que precisam aprender. Para mim é mais importante escrever para os alunos do que para os meus pares”, enfatiza. Ele já escreveu obras voltadas para públicos dos ensinos fundamental e superior.

Apesar de ter muito o que comemorar, Lucivânio observa que durante todos esses anos também sofreu algumas decepções na docência, mas nada que o fizesse desistir desse ofício essencial para a evolução de uma sociedade.

 

Fonte: Portal do MEC