Cultura de Paz
20 de dezembro de 2024 - 10:52 #artigo #ceeceará #cultura de paz #kelsen bravos
Fernando Brito - Assessoria de Comunicação - (85) 3101.2005 / 9.9910.3443
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O rito de celebração da Natividade de Jesus provoca em nós vibrações de harmonia, solidariedade e Paz. Até pessoas de sentimentos por mais diversas razões endurecidos se tornam mais maleáveis e se deixam envolver pela aura da confraternização. Por outro lado, a data também é marcada pelo exacerbo do consumismo, que corrompe a razão de ser do Natal e promove a ilusão do bem material, a exuberância da aparência e a superficialidade das relações.
Nesse âmbito, o poder econômico impera, pois os bens consumíveis têm um custo definido em cifrão (cabe aqui o plural: cifrões). Quem tem poder econômico, maquia a solidão, promovendo encontros, comprando presentes, distribuindo felicidade descartável. Para quem tem o espírito endurecido e se encontra contagiado pelo clima do Natal, a espetacularização da solidariedade pode ser um oásis afetivo para sua solidão. De início afaga, mas depois amplia o vazio existencial, pois são relações superficiais e desatenciosas. Uma miragem afetiva.
Nesse contexto de falsa esperança, alguns corações nem sempre, é óbvio, conseguem o afago desejado. Outros tantos se deprimem por não terem recebido uma palavra amiga, um abraço, um gesto sequer de atenção. As pessoas, de fato, não precisam de bens materiais. Cristo, a razão de ser da data, nos legou o evangelho como salvação, um código moral e ético em que ensina, principalmente, a amar o próximo como a si mesmo e Deus acima de todas as coisas.
A forma de cumprirmos esse ensinamento é praticarmos o bem, essa virtude que se materializa na prática da caridade. Fazer caridade promove harmonia e bem-estar tanto em quem recebe e quanto em quem a cumpre. Para tanto, precisamos ouvir o outro, dar-lhe a atenção devida. Às vezes, — na maioria das vezes! —, as pessoas só querem ser ouvidas. Ouvir faz tanto bem porque facilita entender as necessidades alheias. Ouvir já é fazer caridade, pois nos ajuda a entender e confortar o outro.
Bem assim como alguém nos chegar na intenção de uma informação simples e, antes de falar alguma coisa, já receber um efusivo abraço complementar aos votos de “Feliz Natal e Próspero Ano Novo”, um foi bom te ver, um precisamos nos encontrar mais vezes e um até logo, quando, na verdade, a única coisa de que precisava era a urgência de saber do rumo certo para o “hospital” mais próximo.
Em vez de cair na superfície das relações, aproveitemos a celebração da Natividade de Jesus para reafirmar a prática do que Ele veio ao mundo nos ensinar: “Amar Deus acima de todas as coisas e o próximo como a si mesmo”.
Para tanto, sejamos mais atentos um ao outro. Cumpramos um papel importante no circuito das relações humanas, vamos ouvir mais. Talvez assim possamos fazer bem mais do que exprimir os chavões dos votos dos cartões natalinos. Ouvindo mais, possamos, talvez, oferecer ao próximo a informação reivindicada. Quem sabe até levemos quem precisa ao “hospital” necessário. Simples assim, cumpramos, enfim, o nosso papel de ser instrumento de uma Cultura de Paz.
Professor Kelsen Bravos