Presidente do CEE prestigia homenagem ao centenário de Paulo Freire na AL

17 de setembro de 2021 - 20:09 # # # #

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O centenário do educador pernambucano Paulo Freire – nascido em 19 de setembro de 1921 – foi celebrado em sessão solene, nesta sexta-feira, 17/09, no Plenário 13 de Maio da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará. A solenidade foi requerida pelo deputado Diego Barreto (PTB).

Diego Barreto ressaltou o importante papel de Paulo Freire na educação brasileira, assinalando que ele se destacou em um momento ímpar da ditadura militar, levando a educação a todos, independentemente de classe social. Ele comentou que essa atitude foi vista, muitas vezes, como ameaça no país, sobretudo para as elites, que buscavam consolidar seu domínio pela classe trabalhadora.

“Paulo Freire, na contramão de tudo isso, enfrentando uma grande dificuldade, conseguiu colocar para as mentes pensantes do país a importância da educação. A educação é a ferramenta libertadora. É através do conhecimento que conseguiremos reprimir as mentiras popularizadas, escolher melhor os nossos representantes políticos e melhorar o nosso país”, defendeu.

O deputado Carlos Felipe (PCdoB) presidiu a solenidade e ressaltou que Paulo Freire é o segundo escritor mais lido do mundo, autor do terceiro livro mais lido em todo o mundo (“Pedagogia do Oprimido”) e homenageado em 119 países. “Não adianta negacionismo, terraplanismo, negação da ciência e da vacina, não adiantam esses poucos loucos perdidos nesse país, que ele vai se eternizar e estar vivo sempre com a gente, construindo um mundo mais justo e mais humano”, afirmou.

Presente no evento, a presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), professora Ada Pimentel, indicou a importância da homenagem em um Brasil no qual ainda perduram os preconceitos da elite. “Foi um homem que lutou muito, e lutou não por uma causa vã, mas para resgatar o homem na sua integralidade, no interior do Nordeste, coisa que se expandiu pelo mundo inteiro”, acentuou.

Ana Maria Araújo Freire (também conhecida como “Nita”), educadora e viúva de Paulo Freire, contou que o educador trabalhou sempre em prol da humanização das pessoas e da autonomia do aluno na educação. “Nas reuniões que fazia, com a intenção verdadeira de inserir essa camada de gente trabalhadora e honesta da cidade do Recife dentro da sociedade brasileira, falava em Piaget: ‘Não se educa batendo, se educa com amor. A educação é um ato de amor’”, recordou.

Representando a vice-governadora Izolda Cela, a coordenadora de Mediação, Justiça Restaurativa e Cultura de Paz, Cristiane Holanda, reforçou que a luta de Paulo Freire – por uma educação de qualidade para todos – está mais presente do que nunca e que é preciso incorporá-la no dia a dia. “Nosso querido Paulo Freire, quando foi receber o prêmio Nobel da Paz, disse que ‘não se pode falar de educação para a paz de uma forma idealizada. Educação para a paz só existe quando é fruto da justiça social’”, assinalou.

O diretor da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, William Matheus, pontuou que homenagear Paulo Freire é estar diariamente em luta e construindo uma educação de amor, com papel de transformar o indivíduo e toda a sociedade. “Paulo Freire, além de ser um grande símbolo para nós do movimento estudantil, é também aquela chama que faz com que diariamente, em nossas escolas, grêmios estudantis e universidades, a gente fale sobre a educação que ele nos ensinou, porque é também a educação que a gente quer viver”, pontuou.

O secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado do Ceará (Secitece), Inácio Arruda, reiterou que a maior preocupação de Paulo Freire era o operário que não sabia ler, escrever e reivindicar.

“Esse estudante, esse aluno da fábrica, esse jovem que estava começando a trabalhar era a razão da existência do Paulo Freire. Então, Matheus, você representa esse sentimento daqueles que queriam reivindicar, mas que a realidade do país impedia. E, ao mesmo tempo, você representa essa luta enorme do povo brasileiro para dizer que não aceita a ideia expressa pelo ministro da Educação (Milton Ribeiro) de que o saber é para poucos. Nós queremos o saber para todos e a inclusão de todos”, enfatizou, dirigindo-se a William Matheus, diretor da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas.

“A toda hora, em cada recanto desse nosso mundo, devemos lembrar dessa referência de educador, de lutador e de um homem comprometido com aqueles que mais precisam e que precisam da escola enquanto processo de possibilitar a transformação humana e, consequentemente, a transformação da sociedade”, salientou o presidente do Sindicato dos Professores e do Fórum de Trabalhadores da Educação do Nordeste, Anísio Melo.

Receberam homenagens a educadora do Departamento de História da UFC, Luiza Teodoro (in memoriam); a educadora e viúva de Paulo Freire, Ana Maria Araújo Freire; o secretário da Secitece, Inácio Arruda; a vice-governadora do Ceará, Izolda Cela; o governador do Ceará, Camilo Santana, e a educadora da Universidade Biocêntrica e do Centro de Desenvolvimento Humano (CDH), Maria Ruth Barreto.

Também foram homenageados o filósofo e titular da Coordenação de Ensino Superior da Secitece, Cândido Bezerra; o sociólogo e pedagogo José Cordeiro de Oliveira; os professores da Universidade Estadual do Ceará, Luiz Oswaldo Santiago e Sandra Maria Gadelha; a tesoureira geral da Associação dos Professores de Estabelecimentos Oficiais do Ceará (Apeoc), Maria da Penha Matos Alencar, e o vice-presidente da Apeoc, Francisco Reginaldo Ferreira Pinheiro.

Fonte: Assessoria de Imprensa ALCE – Fotos: Máximo Moura