Pais têm direito de escolha assegurado sobre modalidade de aula – remota, presencial ou híbrida

4 de agosto de 2020 - 10:21 #

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Em live, o governador Camilo Santana disse que tanto as escolas públicas quanto as privadas serão obrigadas a oferecer a opção aos pais

O governador Camilo Santana realizou uma transmissão ao vivo nas redes sociais, na noite de ontem, 3, para assegurar que os pais de alunos das escolas públicas e privadas terão o direito de escolher se querem os filhos assistindo às aulas nos modelos online, presencial ou híbrido (combinação dos dois primeiros).

“A afirmação não nos pegou de surpresa porque a escola já vinha se preparando há algum tempo para dar essa possibilidade de escolha aos pais sobre a questão do ensino presencial, online ou híbrido. Nossa estrutura inclusive permitiria que até 70% dos pais escolhessem as aulas presenciais, sem deixar de cumprir todas as medidas de distanciamento e protocolos de segurança para prevenção do contágio”, afirmou a assessoria do Colégio Afonso Andrade, estabelecimento privado no bairro Antônio Bezerra.

Para a professora Lúcia Veras, vice-presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), a decisão foi acertada. “Em todo o mundo, quando as aulas retornaram, mesmo na pandemia, os pais tiveram que fazer escolhas com determinados grupos de alunos. No Brasil, as discussões são relacionadas aos alunos da alfabetização e dos anos de término no ensino fundamental I e II, como os de 5º e 9º anos. As demais turmas voltariam presencialmente por fases, até o acesso global propiciado pela considerável redução da pandemia”, afirma.

Mariana Lobo, defensora pública do Estado do Ceará, também vê a medida como positiva, ressaltando que o retorno deve ocorrer somente quando for autorizada a voltas das aulas presenciais, e não imediatamente, como alguns grupos querem.

“O Conselho Estadual de Educação já tinha sinalizado para essa possibilidade dos pais optarem ou não por continuar no ensino remoto. Cabe assegurar aos alunos das escolas públicas a mesma possibilidade de escolha dos das privadas. A gente sabe que as dificuldades da rede pública são um pouco maiores em virtude da vulnerabilidade socioeconômica, então se para alguns alunos não for possível o acesso à plataforma remota, que as escolas ofereçam aulas presenciais, seguindo todos os protocolos de segurança”, ressaltou.

Segundo a defensora, a Secretaria de Educação do Estado (Seduc), orientada pela Secretaria de Saúde, tem apresentado um plano de retorno com todas as recomendações sanitárias para evitar a propagação do contágio da Covid-19 nas escolas. “Depois, restará fazer fiscalizações para saber se as escolas, tanto públicas quanto privadas, estarão cumprindo com os protocolos”, acrescenta.

Andréa Nogueira, presidente do Sindicato de Educação da Livre Iniciativa do Ceará (Sinepe), tem uma ressalva em relação ao anúncio. “Ficamos muito felizes com a live de hoje porque o governador abraçou a campanha pelo direito de escolha que lançamos, mas acreditamos que o retorno tem que acontecer de imediato e não em setembro. As escolas já estão preparadas desde 20 de julho, que foi a primeira data que o Governo do Estado apontou”, afirma.

“Com a não-retomada do presencial, muitos contratos estão sendo cancelados, especialmente na educação infantil, universidades e escolas profissionalizantes, o que vai gerar demissões no setor”, lamenta.

Fonte: Jornal O Povo – Edição de 04/08/2020

Foto: Barbara Moira