Seminário de Diretores: recomposição das aprendizagens envolve ações sistêmicas na escola

6 de junho de 2022 - 19:31 # # # #

Fernando Brito - Assessoria de Comunicação - (85) 9.9910.3443
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Dentro da programação do Seminário de Diretores – Liderança Escolar e Aprendizagem: Perspectivas para a Escola do Presente e do Futuro, promovido pela Secretaria da Educação (Seduc), em parceria com o Instituto Unibanco, nos últimos dias 2 e 3, um dos temas centrais foi a questão da recomposição das aprendizagens.

O assunto foi abordado em palestra pela gestora pedagógica Instituto Mathema, Cristiane Chica. Em seguida, foi realizado um painel com a participação da gestora da Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede) 17, Emanuelle Grace Kelly Ferreira; do cientista chefe da Educação, Jorge Lira; e do diretor da Escola de Ensino Médio (EEM) Auton Aragão, localizada em Ipu, Paulo César Martins. A mesa-redonda foi mediada por Cristiane Chica.

“Precisamos pensar qual é o papel do currículo, da avaliação, dos materiais que apoiam o trabalho do professor em sala de aula, e garantir ações pedagógicas que tenham coerência sistêmica entre estes diferentes fatores”, explica Cristiane, que defende como fator primordial da recomposição o currículo.

Neste sentido, conforme a educadora, é necessário pensar quais competências e habilidades são essenciais para ajudar os alunos em sua trajetória.“Recompor significa reconstituir, reorganizar, restaurar um percurso pelo qual os estudantes precisam passar. Não se trata de fazer aula extra ou atividade de contraturno, mas de ações ao longo do período regular, dentro de todo o processo de ensino e aprendizagem”, esclarece.

Emanuelle Grace Kelly ressalta a necessidade da atenção dirigida ao fator socioemocional, de forma concomitante ao desenvolvimento cognitivo, considerando tanto as possíveis lacunas de aprendizagem, como a fragilidade emocional decorridas da pandemia.

“Precisamos colocar em prática a sensibilidade de também compreender esse momento dos nossos estudantes. A recomposição precisa vir em paralelo com o fortalecimento do socioemocional, dentro da perspectiva pedagógica. A escola tem espaços pedagógicos que podem ser valorizados para o trabalho do lado socioemocional, como o NTPPS (Núcleo de Trabalho, Pesquisa e Práticas Sociais) e o Projeto de Vida”, observa.

Acolhida

Na mesma linha, Paulo César Martins defende o acolhimento de professores e alunos como medida prioritária, assim como a adequação curricular. “Procuramos receber os alunos e passar para eles a confiança e o sentimento de tentar refazer a própria trajetória. Para tanto, precisamos dos nossos professores. Então, na Semana Pedagógica, iniciamos o acolhimento aos professores e, junto com eles, planejamos que no primeiro mês fossem tratados os assuntos mais simples, para facilitar a absorção pelos alunos, para em seguida reavaliar o currículo”, relata.

Jorge Lira aponta para a realização de um ciclo de ações, dentro do programa de recomposição das aprendizagens. “Temos as avaliações como começo do processo. Estas geram evidências significativas, que engendram a necessidade de suporte pedagógico nas escolas, na forma de materiais e de planejamento curricular. Com isso, pode-se pautar uma intervenção assertiva, norteada nas evidências, com desenho pedagógico personalizado e adaptável às circunstâncias das escolas e das redes. Logo após, monitora-se as intervenções feitas e, por fim, são geradas novas evidências, para que a gente possa recalibrar as metas de aprendizagem”, conclui.

Programação

Ainda no primeiro dia do Seminário, houve palestra e painel temático sobre a importância da avaliação diagnóstica para as intervenções pedagógicas; e uma mesa-redonda sobre o avanço contínuo da Educação do Ceará e as contribuições da Parceria Jovem de Futuro. No segundo dia, foi realizada palestra e painel temático sobre a liderança da gestão escolar frente aos temas emergentes da escola.

Fonte: Texto e fotos – Ascom Seduc